quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Vai-se andando...

Impressionante como tentamos mentir a nós próprios. Fazemo-lo com todos os dentes, que não são poucos, uns trinta e um e meio, pois há sempre aquele “saca caricas” que se vai gastando mais, e um gajo quando é macho à decima cerveja já abre e bebe cervejas como um robot de solda da auto-europa, e no dia seguinte arrepende-se e promete a ele próprio que não volta a acontecer, mas uns dias mais tarde já lá está novamente a empapar o figado, em cima do balcão, a dançar a última do Justin Timberlake. Da mesma forma, pensa que não é aquela gaja que o consegue enfraquecer, e tranca-se no quarto a chamar-lhe os nomes mais ordinários que lhe vier à cabeça, e põe-se a imaginar a gaja a cagar, naquela de consciencializar-se que não é definitivamente uma gaja para ele, mas ao primeiro convite para ir comprar um abajur ao IKEA, lá está ele. Promete arranjar um novo emprego, porque o que tem é cansativo e ganha mal, até responde ao primeiro anúncio, mas logo a seguir está no café a lamentar com o gajo do lado, que não conhece de lado nenhum, a nova lei do despedimento colectivo com justa causa e que assim não dá, e não há condições. E o que é certo é que por vezes é mais fácil a mentira que nos consola do que a verdade que nos fere, e deste modo, cá vamos andando do jeito que deus quer. E com esta me vou. Combinei ver um filme qualquer, quase de certeza, com o Hugh Grant.

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