terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Oiço com cada uma...

Como pode ser traiçoeira a memória humana. Já me aconteceu, mas da seguinte forma, nunca tinha visto: Certo individuo reencontra um amigo, que está com o seu neto, ainda bébé. Cumprimentam-se, sorrisos e abraços e iniciam um diálogo aparentemente normal. Eis que a coisa complica quando o individuo pergunta ao avô: “como se chama o pirata?”. Inesperadamente o avô faz silêncio (enquanto pensa, os seus óculos parecem ter ficado sem hastes). Alguns segundos depois responde: “epaaaaaah.. agora não vou lá”. Fiquei incrédulo (num cenário animado manga teria me crescido uma daquelas gotas ridículas e ficado de pernas para o ar)! Ninguém se esquece do nome do neto! Ainda pensei que pudesse ser um nome embaraçoso, mas não. E já não era um recém nascido, suponho que tenha tido algum tempo para o decorar. Como chamaria ele ao bébé? “Coisinho”? Enfim, minutos depois e o avô, garantidamente em pleno uso das suas faculdades mentais, já tinha mudado o assunto. A mim, ainda me custava acreditar e a curiosidade já quase “matava” quando a avó chega e revela: “Olha o meu Afonso com o avô!”. O pobre bébé tinha finalmente nome e pela primeira vez era chamado como tal. Sim! Porque se dependesse do avô, ainda hoje era um “alguém do século XVII, que saqueia navios e cidades para obter riqueza e poder”.

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